A era do capitalismo. Ao longo dos anos, a moeda vem se transformando no principal poder, o principal combustível da Terra. Cada vez o mundo se comunica a maiores distâncias e cria um ambiente virtual, imaterial pra atingir esses objetivos. Quilômetros começam a sumir e até o dinheiro perde a consistência, transformando-se em transações bancárias elevadíssimas. O mais importante é que o processo é escalar e, no topo dessa escada tem poder aquilo que não tem forma.
Da indústria à prestação de serviços, o capital se super desenvolveu e cada vez mais quem tem poder é quem consegue liderar abstrações de idéias. A força física menos importa.
Todos aqueles que souberam se valer dessa perspectiva e a valorizam, tem maiores chances de projeção. A atualidade consiste no manejo de aspectos, grosso modo, mentais que prometem grandes projeções a qualquer um. As microempresas substituem indústrias e as ultrapassam, pois não precisam do espaço concreto para se instalarem, e com o advento da internet, vagou muito mais espaço do que poderia haver em toda a Terra.
É nesse cenário que vai despontar um novo Jornalismo, que seguirá o fluxo das águas e se vai fascinar pelo brilho das notas de câmbio no mundo todo - ou em uma parte dele que se decretará auto-suficiente.
O capitalismo passou por transformações, muitas transformações, mais em um século do que em meio milênio todo, e, com ele, o Jornalismo também vai oscilar sobre uma corda bamba, ora querendo cair, ora dando largos passos como se esta fosse uma passarela. Essa corda tem um nome: dinheiro.
É natural que essas mudanças sejam notadas porque o mundo mudou muito, em pouco tempo, como um embrião que amadurece em uma velocidade muito grande. Na virada do século XIX para o século XX, os focos da indústria começam a se fortalecer e implantar as sementes do capital que se expandiria pela maior parte do planeta. Em seu processo de consolidação, o Jornalismo começa a entender que ele tem uma nova alavanca para projetá-lo. O seu objetivo começar a vacilar entre informar e vender-se.
Sob essa dúvida, primordialmente, é que essa ciência começa a viver, ora tomada por certas impropriedades, ora redimido diante de seus próprios passos, a ponto de se endireitar e recomeçar seu trajeto. Mas, como é de se esperar, entre um transe e um despertar põem-se sonhos... ou pesadelos.
Uma guerra: o Jornalismo contempla mortos e feridos no mundo e relembra a humanidade dos homens. Uma crise: é um momento para se recompor e um sentimento de informar o mundo se ergue, junto com uma ilusão de que a sua informação é o que de mais importante existe para uma sociedade desorientada.
Outra guerra e o nascimento de um competidor para a grande força até então desmedida. Surge a iminência de um socialismo páreo para embaçar as previsões das crescentes empresas e, sobretudo, é gerado um novo instrumento que se disporia a quem melhor soubesse o operar, o que não ficaria definido até o final da grande disputa inata.
A imprensa na segunda metade do século XX passou por um período em que continuava falando o que queria - ou o que o povo queria, sem saber que queria - mas também se impondo conforme os poderes das ditaduras que presenciaram algumas nações mundiais. A censura foi uma experiência que não apenas limitou a opinião pública, mas que declarou que limitava a opinião pública. Logo, de um lado, a fingia ser ilimitada, enquanto, de outro ela era explicitamente aparada.
Mas o lado da venda continuou vendendo, e não se ateve muito às táticas de seus competidores, uma vez cientes de que sabiam trabalhar o virtual e era isso que estava crescentemente em voga. Desta forma, não se importou em retomar o seu lugar quando o inimigo do capital finalmente caiu. Isso foi preocupante pra mais uma idade do jornalismo, que se viu no direito de se espalhar pelo mundo agora incondicionalmente. Então é isso que vai revelar uma liberdade de expressão contraída anteriormente, que, na década de 90, voltou a falar o que podia, atingindo limites muito maiores uma vez que a grande arma desenvolvida foi entregue agora maximamente às empresas e grandes organizações: a televisão.
O que distanciou a televisão da sua origem ao seu auge foi um grande empecilho cujo deus era o Estado e é então neste novo momento que ela vai mostrar tudo o que podia oferecer. Empresas começam a nascer e se sobrepor, em todos os meios de comunicação (menos o rádio que sempre foi mais tedioso), e o jornalismo capitalista arruma adversários entre eles mesmo: dominar a informação.
Só mais uma fase, contudo, pois nasce a internet na mesma década e gradativamente muitos indivíduos e empresas se vêem dentro do infinito espaço invisível da virtualidade. Agora as informações se tornaram múltiplas e mais espaços, ou melhor, mais verdades são abertas. Um novo mundo a se conquistar, onde o questionamento (depois dos destemperos de informação do final do século) permitiu novos pensamentos, novas mensurações a respeito da ética e diversos pontos de vista públicos.
Aqueles que pararem para visualizar essa evolução, estarão ansiosos por que o Jornalismo poderá ser induzido a seguir.
Esperemos.
Até a próxima!
Por Rogles Camargo
Da indústria à prestação de serviços, o capital se super desenvolveu e cada vez mais quem tem poder é quem consegue liderar abstrações de idéias. A força física menos importa.
Todos aqueles que souberam se valer dessa perspectiva e a valorizam, tem maiores chances de projeção. A atualidade consiste no manejo de aspectos, grosso modo, mentais que prometem grandes projeções a qualquer um. As microempresas substituem indústrias e as ultrapassam, pois não precisam do espaço concreto para se instalarem, e com o advento da internet, vagou muito mais espaço do que poderia haver em toda a Terra.
É nesse cenário que vai despontar um novo Jornalismo, que seguirá o fluxo das águas e se vai fascinar pelo brilho das notas de câmbio no mundo todo - ou em uma parte dele que se decretará auto-suficiente.
O capitalismo passou por transformações, muitas transformações, mais em um século do que em meio milênio todo, e, com ele, o Jornalismo também vai oscilar sobre uma corda bamba, ora querendo cair, ora dando largos passos como se esta fosse uma passarela. Essa corda tem um nome: dinheiro.
É natural que essas mudanças sejam notadas porque o mundo mudou muito, em pouco tempo, como um embrião que amadurece em uma velocidade muito grande. Na virada do século XIX para o século XX, os focos da indústria começam a se fortalecer e implantar as sementes do capital que se expandiria pela maior parte do planeta. Em seu processo de consolidação, o Jornalismo começa a entender que ele tem uma nova alavanca para projetá-lo. O seu objetivo começar a vacilar entre informar e vender-se.
Sob essa dúvida, primordialmente, é que essa ciência começa a viver, ora tomada por certas impropriedades, ora redimido diante de seus próprios passos, a ponto de se endireitar e recomeçar seu trajeto. Mas, como é de se esperar, entre um transe e um despertar põem-se sonhos... ou pesadelos.
Uma guerra: o Jornalismo contempla mortos e feridos no mundo e relembra a humanidade dos homens. Uma crise: é um momento para se recompor e um sentimento de informar o mundo se ergue, junto com uma ilusão de que a sua informação é o que de mais importante existe para uma sociedade desorientada.
Outra guerra e o nascimento de um competidor para a grande força até então desmedida. Surge a iminência de um socialismo páreo para embaçar as previsões das crescentes empresas e, sobretudo, é gerado um novo instrumento que se disporia a quem melhor soubesse o operar, o que não ficaria definido até o final da grande disputa inata.
A imprensa na segunda metade do século XX passou por um período em que continuava falando o que queria - ou o que o povo queria, sem saber que queria - mas também se impondo conforme os poderes das ditaduras que presenciaram algumas nações mundiais. A censura foi uma experiência que não apenas limitou a opinião pública, mas que declarou que limitava a opinião pública. Logo, de um lado, a fingia ser ilimitada, enquanto, de outro ela era explicitamente aparada.
Mas o lado da venda continuou vendendo, e não se ateve muito às táticas de seus competidores, uma vez cientes de que sabiam trabalhar o virtual e era isso que estava crescentemente em voga. Desta forma, não se importou em retomar o seu lugar quando o inimigo do capital finalmente caiu. Isso foi preocupante pra mais uma idade do jornalismo, que se viu no direito de se espalhar pelo mundo agora incondicionalmente. Então é isso que vai revelar uma liberdade de expressão contraída anteriormente, que, na década de 90, voltou a falar o que podia, atingindo limites muito maiores uma vez que a grande arma desenvolvida foi entregue agora maximamente às empresas e grandes organizações: a televisão.
O que distanciou a televisão da sua origem ao seu auge foi um grande empecilho cujo deus era o Estado e é então neste novo momento que ela vai mostrar tudo o que podia oferecer. Empresas começam a nascer e se sobrepor, em todos os meios de comunicação (menos o rádio que sempre foi mais tedioso), e o jornalismo capitalista arruma adversários entre eles mesmo: dominar a informação.
Só mais uma fase, contudo, pois nasce a internet na mesma década e gradativamente muitos indivíduos e empresas se vêem dentro do infinito espaço invisível da virtualidade. Agora as informações se tornaram múltiplas e mais espaços, ou melhor, mais verdades são abertas. Um novo mundo a se conquistar, onde o questionamento (depois dos destemperos de informação do final do século) permitiu novos pensamentos, novas mensurações a respeito da ética e diversos pontos de vista públicos.
Aqueles que pararem para visualizar essa evolução, estarão ansiosos por que o Jornalismo poderá ser induzido a seguir.
Esperemos.
Até a próxima!
Por Rogles Camargo