domingo, 7 de junho de 2009

Jornal, dinheiro e ética.




A era do capitalismo. Ao longo dos anos, a moeda vem se transformando no principal poder, o principal combustível da Terra. Cada vez o mundo se comunica a maiores distâncias e cria um ambiente virtual, imaterial pra atingir esses objetivos. Quilômetros começam a sumir e até o dinheiro perde a consistência, transformando-se em transações bancárias elevadíssimas. O mais importante é que o processo é escalar e, no topo dessa escada tem poder aquilo que não tem forma.

Da indústria à prestação de serviços, o capital se super desenvolveu e cada vez mais quem tem poder é quem consegue liderar abstrações de idéias. A força física menos importa.

Todos aqueles que souberam se valer dessa perspectiva e a valorizam, tem maiores chances de projeção. A atualidade consiste no manejo de aspectos, grosso modo, mentais que prometem grandes projeções a qualquer um. As microempresas substituem indústrias e as ultrapassam, pois não precisam do espaço concreto para se instalarem, e com o advento da internet, vagou muito mais espaço do que poderia haver em toda a Terra.

É nesse cenário que vai despontar um novo Jornalismo, que seguirá o fluxo das águas e se vai fascinar pelo brilho das notas de câmbio no mundo todo - ou em uma parte dele que se decretará auto-suficiente.

O capitalismo passou por transformações, muitas transformações, mais em um século do que em meio milênio todo, e, com ele, o Jornalismo também vai oscilar sobre uma corda bamba, ora querendo cair, ora dando largos passos como se esta fosse uma passarela. Essa corda tem um nome: dinheiro.

É natural que essas mudanças sejam notadas porque o mundo mudou muito, em pouco tempo, como um embrião que amadurece em uma velocidade muito grande. Na virada do século XIX para o século XX, os focos da indústria começam a se fortalecer e implantar as sementes do capital que se expandiria pela maior parte do planeta. Em seu processo de consolidação, o Jornalismo começa a entender que ele tem uma nova alavanca para projetá-lo. O seu objetivo começar a vacilar entre informar e vender-se.

Sob essa dúvida, primordialmente, é que essa ciência começa a viver, ora tomada por certas impropriedades, ora redimido diante de seus próprios passos, a ponto de se endireitar e recomeçar seu trajeto. Mas, como é de se esperar, entre um transe e um despertar põem-se sonhos... ou pesadelos.

Uma guerra: o Jornalismo contempla mortos e feridos no mundo e relembra a humanidade dos homens. Uma crise: é um momento para se recompor e um sentimento de informar o mundo se ergue, junto com uma ilusão de que a sua informação é o que de mais importante existe para uma sociedade desorientada.

Outra guerra e o nascimento de um competidor para a grande força até então desmedida. Surge a iminência de um socialismo páreo para embaçar as previsões das crescentes empresas e, sobretudo, é gerado um novo instrumento que se disporia a quem melhor soubesse o operar, o que não ficaria definido até o final da grande disputa inata.

A imprensa na segunda metade do século XX passou por um período em que continuava falando o que queria - ou o que o povo queria, sem saber que queria - mas também se impondo conforme os poderes das ditaduras que presenciaram algumas nações mundiais. A censura foi uma experiência que não apenas limitou a opinião pública, mas que declarou que limitava a opinião pública. Logo, de um lado, a fingia ser ilimitada, enquanto, de outro ela era explicitamente aparada.

Mas o lado da venda continuou vendendo, e não se ateve muito às táticas de seus competidores, uma vez cientes de que sabiam trabalhar o virtual e era isso que estava crescentemente em voga. Desta forma, não se importou em retomar o seu lugar quando o inimigo do capital finalmente caiu. Isso foi preocupante pra mais uma idade do jornalismo, que se viu no direito de se espalhar pelo mundo agora incondicionalmente. Então é isso que vai revelar uma liberdade de expressão contraída anteriormente, que, na década de 90, voltou a falar o que podia, atingindo limites muito maiores uma vez que a grande arma desenvolvida foi entregue agora maximamente às empresas e grandes organizações: a televisão.

O que distanciou a televisão da sua origem ao seu auge foi um grande empecilho cujo deus era o Estado e é então neste novo momento que ela vai mostrar tudo o que podia oferecer. Empresas começam a nascer e se sobrepor, em todos os meios de comunicação (menos o rádio que sempre foi mais tedioso), e o jornalismo capitalista arruma adversários entre eles mesmo: dominar a informação.

Só mais uma fase, contudo, pois nasce a internet na mesma década e gradativamente muitos indivíduos e empresas se vêem dentro do infinito espaço invisível da virtualidade. Agora as informações se tornaram múltiplas e mais espaços, ou melhor, mais verdades são abertas. Um novo mundo a se conquistar, onde o questionamento (depois dos destemperos de informação do final do século) permitiu novos pensamentos, novas mensurações a respeito da ética e diversos pontos de vista públicos.

Aqueles que pararem para visualizar essa evolução, estarão ansiosos por que o Jornalismo poderá ser induzido a seguir.

Esperemos.

Até a próxima!

Por Rogles Camargo

segunda-feira, 1 de junho de 2009

IMPARCIALIDADE: VILÃ OU MOCINHA?

Hoje a imparcialidade é o grande trunfo da maioria das mídias jornalísticas. Isso se justifica por ela ser para seus realizadores e entendida por seus receptores como um princípio ético. Para se fazer um jornal que seja imparcial é necessário também trabalhar a notícia com objetividade. Porém será que essa imparcialidade é realmente o caminho certo para um jornalismo que se prende a questões éticas e morais?

Segundo Perseu Abramo, jornalista e professor da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a imparcialidade não passa de um mito. Para ele, o que é ser imparcial num mundo repleto de contradições reais como o nosso? Perseu defende que o jornalismo deve sim ser não-imparcial, e que deve tomar posição na orientação da formação de opinião e ação concreta dos leitores enquanto seres humanos e cidadãos.

Do mesmo lado, porém seguindo uma linha de raciocínio diferente, para Manuel Carlos Chaparro, (jornalista e doutor em Ciências da Comunicação e professor de Jornalismo na Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo), é impossível ser imparcial ante a fome, a miséria e a desigualdade social, e o bom jornalismo é aquele que é feito não com objetividade, mas com precisão, tão importante no observar e no registrar da materialidade dos fatos, quanto na escolha subjetiva de critérios e razões para as depurações narrativas.

Ainda segundo estudos de Roberto Della Santa Barros (Estudante de Jornalismo da Unesp, aluno do 1º Curso de Informação sobre Jornalismo em Situação de Conflito Armado, promovido pela Oboré Projetos Especiais e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, no Projeto Repórter do Futuro de 2002) a imparcialidade defende a objetividade dos fatos, porém apresenta isso no jornal com um tom de neutralidade, assumindo como "inevitabilidade da natureza"e "normalidade passível de aceitação", promovendo assim o conformismo da sociedade perante aquele sistema instaurado pela classe burguesa.

Essa é a visão de profissionais vividos e conhecedores da área, e que conflita com a versão que a maioria dos grandes meios de comunicação apresenta, de que a imparcialidade é essencial e carrega princípios éticos e morais.

Apesar de defender essas opiniões aqui expressas, abro aqui o espaço para o debate. Qual a sua opinião? Qual desses lados você apóia, ou qual sua visão particular que não se encaixa em nenhum desses casos? VAMOS ENCHER ESSES COMENTÁRIOS DE OPINIÃO E INFORMAÇÃO DE ALTO NÍVEL!

Por Oscar Neto


Fontes:

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/spe260620021.htm

http://www.oxisdaquestao.com.br/integra_integra.asp?codigo=326


segunda-feira, 25 de maio de 2009

Distorcendo Informação; Manipulando Opinião.

Olá, estamos juntos novamente!

Para entendermos o próximo assunto, voltemos um pouco na nossa Linha do Tempo e vamos pousar na Venezuela no dia 11 de Abril de 2002. Essa foi uma data que entrou para a história dos venezuelanos. Nesse dia aconteceu um Golpe de Estado que depôs por algumas horas o presidente Hugo Chávez. Durante esse dia uma série de fatos que se desenrolaram em sua verdadeira ordem foram recriados e editados para serem publicados por veículos da Grande Mídia Mundial no dia seguinte.

Temos por exemplo o carioca Jornal do Brasil que divulgou a seguinte manchete de capa: "Venezuela se une para depor Chávez". O Impresso é apoiado em suas idéias pelo Jornal Nacional da emissora Globo ( o mais popular telejornal do Brasil, atingindo diariamente picos incríveis de audiência). O JN divulgou na quinta-feira que 1 milhão de pessoas protestavam contra Chávez, enquanto a própria CNN noticiava terem sido 6 mil manifestantes. As imagens da Globo, "fechadas", mostravam pessoas esparsas.

O que realmente aconteceu foi uma grande manifestação de rua que apoiava HC, e segundo inúmeras fontes jornalísticas e o próprio Hugo Chávez,o que grande parte da mídia promoveu foi a alteração dos dados reais com o objetivo de anular o mandato do venezuelano que tanto incomoda nações poderosas como os EUA. Vejamos no vídeo curtinho a seguir a realidade dos fatos:



O atual momento do jornalismo de idéias no Brasil é considerado por muitos como pleno e autêntico, devido as milhares, senão já milhões de fontes de informação diferentes, que possibilitam assim (teoricamente) uma grande transparência entre o espectador e o fato em si.

Porém é realmente isso que acontece?

Não, infelizmente ainda estamos longe de uma mídia confiável. Além disso, divulgar a informação somente de nada vale, se não tivermos quem a assista, leia ou ouça. Por mais que tenhamos um grande número de impressos, telejornais, radiojornais, sites jornalísticos, folhetins, sempre prevalecerá a grande mídia, detentora do poder de informar a grande maioria dos seres humanos. Esse não é um problema que só ocorre no território nacional, é na verdade a face trágica de uma imprensa que poucos dentre os quase 7 milhões de habitantes da Terra conhecem.

O pior de tudo, é não nos apegarmos nos fatos em si divulgados nos vídeos, e analisarmos sim o fato de a Mídia ter seus próprios interesses, de lembrarmos que todo jornal, seja ele impresso ou não, têm um dono, e esse dono tem suas idéias e seus interesses, e que muitas vezes esse dono fará de tudo para conseguir atingir seus objetivos. De que forma? Simples! Publicando e divulgando aquilo que lhe convém, aquilo que quer que seus leitores acreditem, defendam, ou se oposicionem. Os meios de comunicação em massa são capazes de governar o mundo, e de fazer dele o que quiserem que seja feito.

Para tratar corretamente do assunto necessitaríamos de horas de conversa, aqui vai só uma parte da história. Se você quer saber mais é só procurar! Leia revistas que não lê, assista telejornais que não assiste, busque por sites diferentes do que geralmente acessa, e com certeza a verdade aparecerá!
Vamos abrir nossas cabeças e nos perguntar: O que vemos é real?

Por Oscar Neto

*Esta postagem apenas divulga lados diferentes publicados por partes diferentes. Não defendemos nenhum dos lados nem estamos julgando ou dizendo que está certo (dizendo a verdade) e quem está errado (mentindo).


Fontes:

http://www.youtube.com/watch?v=PNqGJYJjwJ4
http://www.estadao.com.br/arquivo/mundo/2002/not20020414p45684.htm
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/iq170420026.htm
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/iq170420021.htm
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ombudsman/criticadiaria/ult544u204.shtml

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Quem que tá escrevendo?

Salve, amigos!

Hoje muita gente fala, em muitos lugares, ao mesmo tempo e a várias vozes. E até sem vozes. Mas o falar e o ter vozes na história do Jornalismo já teve pesos consideráveis e utilidades diversas, e especificamente este último configura um instrumento eficaz de trabalho de todos os tempos.

Pseudonimato e anonimato significam, respectivamente, práticas de nome falso e de sem-nome. Valer-se dessas técnicas significa transmitir a sua idéia protegendo a sua identidade, o que vai diferir do heteronimato em que o escritor vai assumir não um nome falso, mas um nome diferente, uma outra personalidade.

Para a opinião pública, esse escudo virtual teve aplicações variadas ao longo do tempo, ora contribuindo de forma incisiva para a consolidação da política (embora hoje em dia os partidários "não liguem mais pra opinião pública"); ora como maquiador de falantes de de um veículo popular (sim! É fantástico perceber que o jornal já foi um chat do século XIX); ora garantindo a privacidade, conferindo segurança e dando poder à liberdade de expressão.

Para se ter uma idéia, nos turbulentos tempos em que a Independência circulava pelo território brasileiro, o próprio D. Pedro I escreveu anonimamente nos veículos locais para difundir suas idéias sobre estrutura política, social e postura nacional. Como uma figura ilustre, centro das atenções, mas num tempo onde o poder era sensível e mal delimitado, era estratégico testar a forma que seus pensamentos repercutiriam na boca do povo para, na sequência, poder cada vez mais se mostrar a fim destas idéias até se reapropriar delas como um indivíduo concreto.

Em outros momentos, blefar a respeito de sua identidade garantiu a preservação de cidadãos, em um tempo onde a notícia tinha a habilidade de correr a boca pequena, se disseminar como uma praga em sociedades pequenas (em relação a hoje) e bem integradas. É o que se pode perceber em jornais do século XIX, que contavam com pseudônimos da parte de escritores e de leitores para desenvolver um diálogo tranquilo e despreocupado.

Especialmente por se tratar de uma sociedade ainda discriminatória e taxativa, essa prática foi muito comum em jornais que abarcavam conteúdos voltados para o público feminino, como o Jornal das Famílias e O Piauhy, trazendo discurso de redatores para a mulher brasileira (até em nome de mulheres brasileiras), de escritores, dedicados naquele momento ao público feminino, e das próprias participantes daquele núcleo.

Já recentemente, em uma organização urbana e veloz, trazendo repressões, acidentes e ameaças, as duas técnicas foram comodamente encaixadas. Elas serviram para o torneamento da censura, como pudemos presenciar com o compositor Chico Buarque de Holanda, quando as idéias eram intimamente sondadas pelo Regime Militar. E ainda hoje são apropriadas para as denúncias criminais, que preservam a integridade física e moral do informante e exigem um trabalho suado de apuração de fontes por parte de interessados profissionais da comunicação.
O nome, em canais de informação pública, de massa, velozes... é vendaval.

Até a próxima!

Por Rogles Camargo


Fontes:

MARTINS, Ana Luiza e DE LUCA, Tania Regina, História da Imprensa no Brasil (São Paulo,
Contexto, 2008)

sábado, 9 de maio de 2009

"A voz do dono."

Editoriais foram o assunto de nossa nova postagem.

Para poder entender de maneira mais ampla e dinâmica como funcionam esses porta-vozes dos jornais, revistas e outros meios, a equipe do Na-Linha-Do-Tempo se jogou nos livros, entrevistou profissionais da área e realizou pesquisas para demonstrar aos nossos leitores, qual o real poder de alcance e interferência direta e indireta que o editorial e capaz numa sociedade e certo espaço de tempo.

Em primeiro lugar, apresentamos a vocês uma entrevista realizada com Rodolfo Carlos Martino o Coordenador do Curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo. Rodolfo começa analisando um contexto histórico, passa pelos últimos anos da ditadura militar mostrando como se portaram os editoriais dos grandes jornais de São Paulo, e depois comenta o período pós-ditatorial onde o editorial começava a criar características próprias que mudavam de jornal para jornal. Cita ícones do jornalismo como Assis Chateaubriand que ficou conhecido pelo seu poder de persuasão e até mesmo de chantagem da opinião pública. Comenta também da atual situação dos editoriais e de sua fraca relevância na decisão final do leitor. Acompanhe na íntegra o áudio da entrevista no player abaixo:





A segunda parte de nossa postagem é uma pesquisa realizada com inúmeros leitores de jornais que divergem suas opiniões sobre os editoriais. Acompanhe o vídeo abaixo:




Na nossa terceira e última parte de nossa postagem, o Na-Linha-Do-Tempo foi as ruas saber das pessoas, se elas lêem os editoriais. Em uma semana 203 pessoas que lêem jornais e revistas foram questionadas, e os resultados você confere abaixo:

Sim, eu leio editorial - 91 pessoas
Não, eu não leio editorial - 112 pessoas


E você? O que você acha dos editoriais? Lê? Gosta? Deixe sua opinião em nossos comentários e responda nossa enquete ao lado.

Abraços a todos!

Por Oscar Neto

domingo, 3 de maio de 2009

Jornalismo Móvel, um serviço para a sociedade.

Século 21, e a imprensa começa a se adaptar aos novos métodos de difusão da notícia através da tecnologia. O jornalismo de serviço precisa cada vez mais ser pontual para atender as exigências de um mundo globalizado, e a nova moda agora é o recebimento das informações no celular via torpedos SMS.

Muitos de nós já vimos sites de jornalismo que por uma pequena quantia, que é debitada automaticamente de sua conta telefônica, disponibilizam o serviço de envio de mensagens contendo as últimas notícias relacionadas a um assunto específico. As notícias são enviadas quase que no momento exato de seu acontecimento, atraindo cada vez mais adeptos.

O número de portais que possibilitam esse serviço é cada vez maior, e para se tornar um “cliente”, basta digitar no site, ou no próprio celular, o código do tipo de notícias que gostaria de receber, que são, por exemplo, esportes, economia, cidades, cultura e inclusive informações de utilidade imediata ao leitor como empregos, concursos públicos, imóveis e mercado imobiliário, exercício da cidadania e serviços públicos. O processo é simples e rápido e instantaneamente você passa a receber as principais informações de sua escolha.

Porém o celular também conquistou outras formas de agilizar os serviços da imprensa. Uma dessas maneiras é a transmissão muito mais ágil de informações do repórter para a redação do jornal, que pode se fazer por meio de uma simples ligação telefônica ou até mesmo pelo envio de mensagens, em qualquer lugar, ou situação que se encontre naquele momento.

Mas se você acha que tudo isso ainda é pouco, então acompanhe um exemplo prático de como a tecnologia pode transpor todas as barreiras quando o assunto é informar. Neste site (http://jornalismomovel.blogspot.com/2009/03/reporter-da-band-ao-vivo-em-cobertura.html) podemos acompanhar uma transmissão ao vivo de um repórter da TV Bandeirantes através de um celular 3G (terceira geração de padrões e tecnologias de telefonia móvel, que dispõe de uma super velocidade de conexão com a internet). O repórter transmitiu o incêndio que destruiu uma indústria de produtos de limpeza em Diadema na Grande São Paulo. A disponibilidade de um equipamento como esse dá tempo para que as emissoras cheguem com suas equipes de reportagem munidas de todo o aparato necessário para realizar a transmissão definitiva.

É incontestável a necessidade do progresso tecnológico para o avanço da eficiência dos serviços da imprensa mundial, a tendência sempre será evoluir, mas nunca se esquecendo dos princípios jornalísticos como a ética, a responsabilidade e a imparcialidade.

Até breve!

Por Oscar Neto


FONTES:

http://jornalismomovel.blogspot.com/

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Jornalismo: escrever, escrever, escrever... teorizar!

Sabemos que o Jornalismo se resume a coletar informações, apurá-las e divulgá-las. Mas esse é apenas o resumo, a base, a essência do Jornalismo. Como toda boa ciência, não basta se manter na essência, mas é necessário partir daí para o retrabalho, o desenvolvimento, a suposta evolução que, desenfreada, deixa sugestões de onde pode parar. No Jornalismo também brotaram galhos de frutos que se renovam e, pensando no que Darwin generalizou, renascem mais suculentos e nutritivos; geram-se paradigmas.

A opinião no Jornalismo se consolidou geminada à informação, e tornou-se comum profissionais se dedicarem à busca de informações específicas, detalhadas e profundas para, no final de sua análise e averiguação, reuni-las em um praticamente estudo que expõe um fato como centro de um universo particular.

Nesse momento, é delicado pensarmos na informação apenas. Na verdade, é quase impossível se livrar da ignorância de aceitar um fato como XYZ e vê-lo apenas no ângulo bidimensional. Provavelmente, essa obra (conjunto de informações) tem um intuito: venerar ou refutar; desprezar ou evidenciar; dissecar ou maquiar.

Nesse momento, eternizam-se chamados jornalistas-escritores, comunicadores que se valem da sensibilidade do romance na criação de realidades paralelas nos homens para simular uma situação... real. Seus artigos são obras mesmo, pois muitas vezes configuram um malabarismo de linguagem poética, técnica de narração, riqueza de verbos e conteúdos – sobretudo esse último, para validá-los como jornalistas – e muitas páginas de uma viagem a um determinado universo particular, características todas essas de uma boa peça de literatura pura e genuína.

Jornalistas-escritores são historiadores-romancistas. Porém, abrem a ferida diabética do Jornalismo ideal: a parcialidade. Suas histórias vão além da exposição de acontecimentos e chegam à exposição de muitos acontecimentos, tantos a ponto de hipnotizar o leitor quanto à sua existência unilateral, e são reverenciados, com certeza.

No Brasil, podemos citar grandes autores de livros memoráveis que hoje constituem a história de indivíduos, sociedades e eventos únicos e marcantes. A exemplo disso, podemos citar:

Carlos Heitor Cony: Hoje integra o Conselho Editorial da Folha de São Paulo e é comentaristas da Rádio CBN. Escreveu livros-reportagem como “O caso Lou – Assim é se lhe parece” e “O ato e o fato”.

Ruy Castro: entre outras obras, escreveu "O Anjo Pornográfico – a vida de Nelson Rodrigues", "Estrela Solitária – um brasileiro chamado Garrincha" e "Carmen: uma biografia"

Zuenir Ventura: colunista do O Globo e da Revista Época. Autor de "1968 - O ano que não terminou", um livro de valor incontestável que inspirou a minissérie produzida pela Rede Globo “Anos Rebeldes”.

Nelson Motta: autor de “Vale Tudo – O som e a fúria de Tim Maia”, entre outros.

Ao final, eles acabam se destacando mais como escritores do que como jornalistas, pois tudo não passa de uma balança: quando a palavra supera a informação.

Por Rogles Camargo